Fazer o descarte de medicamentos vencidos ou de medicamentos que sobraram de algum tratamento feito jogando-os no lixo comum ou no esgoto doméstico não é uma boa solução. Isso porque os sistemas de tratamento de esgoto não conseguem eliminar algumas substâncias dos medicamentos, que acabam contaminando o meio ambiente, podendo, assim causar danos aos seres vivos que nele habitam.
Então, que destino dar aos medicamentos? Existem muitos locais que aceitam remédios e seringas descartados pela população. Para encontrá-los, a Roche oferece, em parceria com a eCycle, uma ferramenta de busca que ajuda a identificar os postos de coleta de medicamentos para descarte mais próximos de você.
Muitas farmácias fazem a coleta adequada dos medicamentos vencidos, frascos e materiais cortantes e pontiagudos, assim como várias Unidades Básicas de Saúde (UBS) e supermercados. Localize um desses postos de coleta de medicamentos para descarte na ferramenta de busca oferecida pela Roche em parceria com a eCycle. Se não encontrar algum perto de você, procure a Vigilância Sanitária.
As caixas de papel, também chamadas de embalagem secundária, assim como as bulas, não têm contato direto com o medicamento. Portanto, não são tóxicas ao meio ambiente e podem ser descartadas no lixo reciclável. Mas é importante que os medicamentos sejam mantidos em suas embalagens originais, também chamadas de embalagens primárias (cartelas de comprimido, frascos, tubos de cremes ou pomadas, por exemplo), no momento do descarte nos postos de coleta. Estes não devem ser descartados juntamente com o lixo orgânico, devido aos danos que podem causar ao meio ambiente. Com relação aos materiais cortantes, eles devem ser guardados dentro de embalagens resistentes, como latas e plástico, para eliminar o risco de acidentes e só devem ser descartados nos postos de coleta. Lembramos que os medicamentos, enquanto utilizados e dentro de seu prazo de validade, devem ser armazenados em suas caixas (embalagens secundárias).
Os objetos perfurocortantes, como seringas e agulhas, são levados a uma usina de tratamento, onde são descontaminados. Depois, são encaminhados para aterros – depósitos nos quais são descartados os materiais sólidos. Já com relação aos medicamentos vencidos e produtos químicos, a maior parte é incinerada (queimada) em usinas preparadas ambientalmente para essa ação.
Os medicamentos têm substâncias que podem ser tóxicas ou se tornar tóxicas após a sua decomposição. Quando jogados em locais inadequados, como lixo ou sistema de esgoto, os medicamentos contaminam a água e o solo, podendo afetar peixes e outros organismos vivos, além de pessoas que bebem dessa água e consomem ou se alimentam desses animais. O procedimento também coloca em risco pessoas que entram em contato direto com o resíduo, como garis e catadores.
O Brasil ainda não tem uma lei específica para regulamentar o descarte de medicamentos vencidos por parte do consumidor doméstico. No Senado, tramitam dois projetos de lei sobre isso: a PLS 33/2012, que autoriza a venda de medicamentos por dose, o que evitaria a sobra e o vencimento do produto; e a PLS 148/2011, que pretende incluir os medicamentos no rol fixado na Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Acumular muitos medicamentos em casa não é um bom hábito. Quando há sobras, o melhor a fazer é descartá-las nos postos de coleta, evitando guardá-las para uso posterior, principalmente no caso de líquidos cuja embalagem já foi violada. Isso porque, mesmo estando dentro do prazo de validade, o produto pode ter sido guardado de forma inadequada e não estar em boas condições para o consumo. Nunca tome medicamentos que mudaram de cor, textura ou cheiro.
É preciso ter alguns cuidados na hora de armazenar medicamentos em casa. Os cuidados de conservação dependem de cada medicamento e estão descritos na bula e no cartucho. É muito importante seguir essas recomendações para manter as características do medicamento. Além disso, é importante não guardar medicamentos vencidos junto com outros e nunca deixá-los ao alcance de crianças.
Não guarde medicamentos no interior do veículo, pois sua composição pode se alterar com a alta temperatura. Se for viajar de avião, mantenha o medicamento em sua bagagem de mão e nas embalagens originais, tomando cuidado para não misturá-los. Para um transporte adequado, siga sempre as recomendações de conservação do medicamento indicadas em bula.
Algumas dicas para acumular o mínimo possível de medicamentos para descarte incluem:
No caso dos medicamentos isentos de prescrição médica, ou seja, aqueles que você não precisa de receita para comprá-los, só os adquira quando necessário;
Não interrompa um tratamento por conta própria, siga exatamente o que o seu médico prescreveu;
Compre a quantidade exata do medicamento ou, se não for possível, a mais aproximada do tratamento prescrito;
Antes de ir ao médico, faça uma lista dos medicamentos que você já tem para verificar a possibilidade de utilizá-los, caso seja necessário.
Sempre verifique o prazo de validade e o aspecto do medicamento. Descarte-o se for necessário, pois os medicamentos com validade expirada podem ser menos eficazes e trazer riscos à saúde. Por exemplo, os antibióticos vencidos podem ter menor eficácia e falhar ao tratar a infecção, o que pode levar a doenças mais graves e fazer o organismo criar resistência ao medicamento.