O curso da artrite reumatoide (AR) varia entre os pacientes, mas os períodos de crises e remissões são típicos da doença. A inflamação dos tecidos indica que a AR está ativa, ao passo que a sua diminuição caracteriza a remissão, podendo ficar inativa – de forma espontânea ou pelo tratamento – durante semanas, meses ou até anos.
Segundo o Ministério da Saúde brasileiro, o diagnóstico da artrite reumatoide depende da associação de uma série de sintomas e sinais característicos, além da realização de exames laboratoriais e por imagens que ajudam a confirmar a doença e fazer o monitoramento nos pacientes.
O reumatologista é o especialista indicado para avaliar e estabelecer o melhor plano de tratamento para cada caso. Já os profissionais de fisioterapia e terapia ocupacional ajudam o paciente a continuar a exercer as atividades diárias. Além disso, grupos de apoio podem auxiliá-lo a conviver com a doença e a enfrentar as suas limitações.
Dependendo do grau, os sintomas da artrite reumatoide podem ir e vir ou até desaparecerem, e, em geral, as pessoas se sentem bem durante as remissões.
Quando a doença se torna ativa novamente, os sintomas voltam. O curso da artrite reumatoide varia entre os pacientes, mas os períodos de crises e remissões são típicos da doença.
Quando a artrite reumatoide está ativa, os sintomas podem incluir fadiga, perda de energia, falta de apetite e dores, além de rigidez muscular e articular prolongada, que são mais comuns na parte da manhã e após os períodos de inatividade.
Durante as crises, as articulações também ficam vermelhas com frequência, inchadas, doloridas e sensíveis. Isso ocorre porque o tecido de revestimento da articulação (membrana sinovial) fica inflamado (sinovite), resultando na produção de líquido articular excessivo.
Em geral, a artrite reumatoide inflama várias articulações em um padrão simétrico, ou seja, ambos os lados do corpo são afetados. Os primeiros sintomas podem ser sutis. As pequenas articulações de ambas as mãos e os punhos estão frequentemente envolvidos.
Os sintomas nas mãos afetadas pela artrite reumatoide incluem dificuldades em tarefas simples do dia a dia, como virar maçanetas e abrir frascos. As pequenas articulações dos pés também são acometidas, o que pode causar dor ao andar, sobretudo após se levantar de manhã.
Ocasionalmente, apenas uma articulação está inflamada, podendo ser causada por outras formas de artrite, como a gota ou uma infecção bacteriana. Em casos raros, a artrite reumatoide pode até mesmo mudar a voz e causar rouquidão, pois a articulação que permite o retesamento das cordas vocais é afetada.
A inflamação crônica pode causar danos aos tecidos do corpo, incluindo cartilagens e ossos. Isso leva a uma perda de cartilagem, erosão e fraqueza dos ossos, bem como dos músculos, o que resulta na deformação da articulação, sua destruição e perda da função.
Nas crianças, em geral, os sintomas da artrite reumatoide incluem dor, alguma dificuldade na movimentação ao acordar, fraqueza ou incapacidade na mobilização das articulações, além de febre alta diária (mais de 39º C) por períodos maiores do que duas semanas. Entretanto, há casos em que a dor é mínima ou quase inexistente.
Para uma pessoa ser diagnosticada com AR, o Ministério estabelece que é necessário apresentar quatro dos sete itens que compõem os critérios diagnósticos durante, pelo menos, seis semanas. Mas os pacientes que possuem dois ou três critérios não estão excluídos da possibilidade de desenvolver a doença no futuro.
Critérios:
Rigidez matinal – rigidez nas articulações e no seu entorno durante, pelo menos, uma hora até melhorar completamente.
Artrite em três ou mais áreas – inflamação em, pelo menos, três áreas de articulação com acúmulo anormal de líquido (edema) nas partes moles ou derrame do líquido articular.
Artrite de articulações das mãos ou punhos.
Artrite simétrica – inflamação das mesmas articulações nos dois lados do corpo ao mesmo tempo.
Nódulos reumatoides – nódulos embaixo da pele localizados sobre proeminências ósseas, em superfícies extensoras ou em regiões próximas das articulações (região justarticular).
Fator reumatoide (FR) sérico – grupo de anticorpos presente no sangue da maioria das pessoas com artrite reumatoide.
Alterações radiológicas – constatação em radiografias das mãos e dos punhos de erosões localizadas ou de ostopenia justarticular, que é uma diminuição da densidade dos ossos na região próxima das articulações.
Não existe um exame específico para detectar a artrite reumatoide, mas há alguns que ajudam a confirmar o diagnóstico e fazer o monitoramento da doença.
Os sinais indicadores da doença podem incluir:
Anemia – contagem baixa de glóbulos vermelhos no sangue.
Fator Reumatoide (FR) – embora nem todos que possuem esse anticorpo tenham AR e muitos que não o possuem a desenvolvam, esse grupo de anticorpos está presente em cerca de 80% dos pacientes com a artrite reumatoide. Note-se também que podemos encontrar a presença do FR em outras doenças, como tuberculose, hanseníase, sarcoidose e endocardite bacteriana. Além disso, cerca de 40% dos indivíduos aparentemente saudáveis com mais de 60 anos apresentam FR positivo.
Anticorpo antipeptídeo citrulinado cíclico (anti-CCP) – presente em 60% a 70% das pessoas com artrite reumatoide. É o anticorpo mais específico da AR.
Velocidade de Hemossedimentação (VHS) – é a taxa que mede o grau de sedimentação de glóbulos vermelhos em uma amostra de sangue durante um período específico para indicar a presença de inflamação, mas não necessariamente causada pela artrite reumatoide.
Proteína C Reativa (PCR) – é outra prova de atividade inflamatória (assim como a VHS). Também é capaz de indicar a presença de inflamação causada pela artrite ou qualquer outra causa (por exemplo, infecções bacterianas).
Raio-X – radiografias das mãos e dos pés são fundamentais para o diagnóstico e o acompanhamento dos pacientes. No início da doença, podem ser normais ou mostrar apenas o inchaço dos tecidos moles. Mas, na medida em que a artrite reumatoide progride, podem revelar erosões ósseas típicas nas articulações.
Ressonância magnética (RM) – tem contribuído de forma significativa para o diagnóstico precoce da doença, pois evidencia alterações tanto de tecidos moles quanto de cartilagem e ossos de forma mais precoce que a radiografia simples.
O reumatologista é o especialista essencial na avaliação e no tratamento dos pacientes com artrite reumatoide. Ele é mais familiarizado com a identificação da doença e com as drogas atualmente disponíveis – suas indicações e seus efeitos adversos – para estabelecer o melhor plano de tratamento para cada caso.
Como a fisioterapia e a terapia ocupacional contribuem para que o paciente possa continuar a exercer as atividades da vida diária, a ajuda de profissionais dessas áreas em coordenação com o reumatologista também é indicada.
Além disso, existem grupos de apoio para pessoas com artrite reumatoide que podem proporcionar troca de experiências e informações, ajudando-as a conviver com a doença e enfrentar as suas limitações. Há vários endereços disponíveis no site do Grupo de Pacientes Artríticos de São Paulo (GRUPASP) – http://www.grupasp.org.br.
Referências:
Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas – Artrite Reumatoide. Disponível em: http://dtr2001.saude.gov.br/sas/dsra/protocolos/do_a05_01.pdf
Sociedade Brasileira de Reumatologia. Disponível em: http://www.reumatologia.com.br/index.asp?Perfil=&Menu=DoencasOrientacoes&Pagina=reumatologia/in_doencas_e_orientacoes_resultados.asp
Jornal brasileiro de patologia e medicina laboratorial, v. 47, n. 5, out. 2011. Disponível em:
American College of Reumathology. Disponível em: http://www.rheumatology.org/practice/clinical/patients/diseases_and_conditions/ra.asp